quinta-feira, 23 de abril de 2009


Porque uma bola na trave ao 45 do segundo tempo tem gosto de gol contra


O primeiro roque
Marginal, fugindo pela tangente, ofegante,
vendo o rei adiar sua queda por um turno;

O primeiro Flare
Sentindo o mundo parado e os pés nas nuvens
Ouvindo mudo o grito o velame;

O primeiro soco
O beijo, o tombo, o silêncio
E todos os outros quase...

Porque um roque, não é um xeque.
Um flare... Um flare é sempre um flare, mas não tem cheiro de gasolina
Um soco não é uma briga.
Um beijo não é um namoro.
Um tombo não é... Um tombo é só um tombo.
O silêncio não é a falta de barulho.

Mas uma bola na trave aos 45 do segundo tempo faz a torcida sair do estádio revoltada,
Na derrota, no empate ou até na vitória.
É o grito que embarga a garganta,
a ultima alegria do jogo,
é o meio pulo contido com punho cerrado que logo vira um afago penteado
ou coceira na barba...

É o gesto perdido.

(Renovando a discoteca ao som de - Rita Reys At The Golden Circle Club, Stockholm 1963 – EASY TO LOVE)

Um comentário:

thays disse...

eu gosto!