Foto da Convenção de Tattoo de Cascavel“Um vazio, vazio de pessoas cheias; ou cheio de pessoas vazias, não sei o que ta acontecendo”Gustavo “Black Alien”, de Niterói, ou Nikiti como chamam os nativos da vizinha que se confunde com o Rio de Janeiro, foi o protagonista de cenas muito distintas na noite de ontem.
Com um excesso de humildade pouco peculiar no ramo do “show business” Black Alien entra no palco desapercebido, e começa seu show sem fazer estardalhaço, poucos dos presentes notaram de pronto que o show já começara antes até, com algumas improvisações, e mesmo depois de começar a apresentação pra valer algumas pessoas ainda olhavam desconfiadas com aquela expressão de “é esse o cara?”
A química “músico x platéia” foi desastrosa, no melhor estilo ácido x água. Poucos metros a minha frente, na turma do gogó, uma menina e seu namorado forçavam o mesmo passo de dança em todas as músicas e nos intervalos delas também (sic). Black Alien também não se empolga, senta no palco, logo de cara esvazia um bolso de sucessos e emenda varias improvisações.
Longe de mim criticar a performance do rapper. Black Alien é muito bom, entre Raggas, Raps, vinhetas de Ice T, NWA, Public Enemy, Eric B e Rakkin entre outros, o cara mata o show brincando, o DJ Castro também ajuda muito, scratchs bem definidos, colagens muito bem feitas. O Show é bom, muito bom, mas não contagia nem os artistas e nem a platéia.
Da minha parte fiquei ali parado, hora admirando maravilhado a facilidade com que o homem rima, hora emputecido com o tal vazio. “Acho que não é o tipo de lugar pro tipo de publico pro tipo de balada pra esse tipo de música” pensava eu.
Mas acho que não fui apenas eu que fiquei com essa sensação.
Black Alien sai do palco, e deixa pra traz apenas a impressão de ser um excelente profissional - sai na surdina - da mesma forma que entrou, sem agradecimentos, sem estardalhaço.
Fim da balada, pelo menos pra maioria dos poucos presentes.Frase estranha né? Mas se antes tinha pouca gente, agora sobraram pouquíssimos. Dj Caê volta para as pick ups, e eu acabei me ligando em 220. Acho que a cara da balada era aquela dali, bem roots!
Entre uns passinhos de reggae e uns copos de refrigerante a gente vai curtindo até que o Black Alien volta pro palco, agora sem compromisso nenhum. A balada que já tinha acabado acaba virando um Sound System. Caê vai jogando ritmos e Black Alien faz Dubs, raggas, scratchs, raps, reggaes...
Ali, naquele momento, a parada rolou! Black Alien queria apenas um pouco de diversão, totalmente sem compromisso. Caê matou a vontade de discotecar uma Sound System, parada que eu sei que ele ta afim a muito tempo. O público que ficou acabou curtindo muito mais esse final de balada do que o resto da noite.
Eu, Digão-todo-duro, dancei pra caralho. Ficamos ali até todo mundo pedir pelamor de deus pra gente cair fora. Os garçons já tinham amontoado as cadeiras e varrido o salão. E nós lá dançando. O bar já tinha fechado. E nós lá dançando. Black Alien cansou e foi embora. E nós lá dançando. Quando fomos pro caixa os segurança já estavam espumando de raiva. Adivinha só? E nós lá, dançando!
Balada Stylera mesmo. O role depois e as tais “cenas da noite” rendem outras histórias, mas hoje não rola de escrever tudo... por que hoje é sábado...