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sexta-feira, 26 de junho de 2009
Eu matei Michael Jackson
Devagar, dobrei a esquina e fui ganhando quadra após quadra a Av. JK. A noite recém havia chegado e o som alto do carro antecipava o fim de semana. No centro da cidade os mais nervosos disputavam o asfalto metro a metro, seja no sentido bairro-centro, seja na pista contrária.
Colei pelo vidro os malabares comendo solto no semáforo. Atrás dos prédios o céu avermelhado anunciava uma chuva fria que não demoraria muito a chegar.
Viro outra esquina tentando esquecer a quantidade de coisas que deram erradas na semana. No porta luvas uma conta de telefone atrasada, o tanque do carro na reserva, na carteira, cheques sem fundo, cheques pré-datados, e uns trocados que precisam durar até segunda-feira. “Fim de mês é sempre complicado.” A frase, mesmo repetida
mentalmente como mantra, se dissipa nos versos do samba rock que toca no rádio.
Vejo a ultima luz verde do semáforo se apagando, o amarelo passa rápido e o carro na minha frente passa, já vem o vermelho e eu fico. No carro ao lado, uma senhora de meia idade fecha o vidro apressada - óculos fundos, blusa de lã – quase uma caricatura de professora.
De cabeça baixa, nariz meio sujo, cabelo grosso, um menino de pele escura , que mal alcança a altura da janela estica os olhos pra mim. Ele estende a mão, em forma de concha, e a pele branca da palma só não contrata mais com o resto do corpo porque o corpo inteiro está ressecado pelo frio.
Não devo ter compaixão no olhar. Olho com uma dó formal, medida, cauterizada. Vejo que os lábios dele falam, mas o som do carro turva qualquer tentativa de comunicação, respondo que “hoje não rola, to duro mano...”
Vejo aquele olhar vítreo se afastando lento. A luz do semáforo não baixa. O menino vai embora sem dinheiro. Provavelmente ele acha que eu tenha sido esnobado por mais um. Meu olho pesa. A mão aperta o volante com um tanto de raiva, outro tanto é só frustração.
Procuro pelo espelho e nem vulto do menino. E se um sonho dele morreu naquela janela, eu também não escutei porque o menino pobre da pele escura foi embora sem fazer moonwalker.
quarta-feira, 24 de junho de 2009
Regendo o samba fora do compasso
Falando sério,
mesmo tendo chegado atrasado eu quero é cantarolar na janela!
E daí se eu gosto de acelerar nas curvas?
É bom ouvir o pneu riscando o asfalto num scratch perigoso.
Nas retas é melhor ir devagar e apreciar a paisagem.
Lowrider até em Hiroshima depois de 6 de agosto de 45.
Não conheço o uso moderado da força.
Forço a moderação do uso do conhecimento violento na dança.
Minha vida não é dub...
Não dou mole pra delay ay ay ay..
Parece que eu ando sempre em contratempo,
Tipo trompete de jazz em noite de improviso.
E no final das contas, eu adoro samba,
mas é claro que eu não sei sambar.
segunda-feira, 22 de junho de 2009
A CULTURA DA VINGANÇA
Devolvendo ao mundo tudo de ruim que ele nos dá... mesmo antes de receber.
“I turn myself into a monster to fight against the monsters of the world.” essa é a frase que abre o refrão de Nemesis, do Earth Crisis. Cantada de forma melódica, no meio daquele tradicional “temporal” metálico que uma das mais importantes bandas vegans de todos os tempos propõem.
A frase caiu como uma luva para mim desde a primeira vez que ouvi, mas “transformar-se num monstro, para lutar contra os monstros do mundo” beira ao clichê! O mundo inteiro pulsa essa mesma revolta a tempos. “Get up! Stand up!” grita Marley, “Fuck you I won´t do what you tell me” é o Rage Against the Machine, “Revenge, I'm screaming revenge again” pro Pantera. Cada um a sua maneira, mas todo mundo querendo ver o burburinho, todo mundo tacando fogo no pavio. Não vou nem citar aqui os trabalhos da 7ª arte, mas não é errado dizer que, sem vingança, o cinema não seria nada.
Mas e porque isso agora? Porque falar de vingança nessas alturas do campeonato?
Na verdade, passei horas e horas tentando entender algumas atitudes. Atitudes minhas, atitudes de pessoas perto de mim, atitudes de terceiros que me dizem respeito. E tudo parece estar ligado, de uma forma ou outra, com um mecanismo de compensação: Sempre tem uma vingança em andamento.
Agora eu me flagro mais uma vez “tirando a cara do tapa”; já me peguei (não por uma nem duas vezes) me antecipando à certas armadilhas da vida e largando a canoa antes do naufrágio – Nesse ponto acho que o texto está com muitas metáforas.
Mas é mais ou menos isso; Nesse curso instintivo de vinganças, me condicionei a não dar segundas chances, a me antecipar, e a dar à vida o que, de ruim, me estava reservado. Falando com um pouco de pompa, de certo modo, isso parece bastante astuto, porém, o que enlouquece mesmo é o “E se”.
E se eu tiver mandado pra longe a mina da minha vida?
E se eu tivesse ficado?
E se eu tivesse escolhido diferente?
Piora um pouco quando você que acaba cruzando com pessoas que também querem se antecipar (por estarem cansadas de levar tapas da vida) e percebe que não é o único “espertão” - Só ai você percebe que só pode estar sub-julgando as outras pessoas. Isso porque você antecipou as escolhas delas antes que elas tivessem chances de escolher; ou pior que isso, você se atribuiu um valor sob ótica de outrem, e esse valor não foi o suficiente.
É isso. Eu andei antecipando o valor que algumas pessoas supostamente colocariam em mim, e antes do “tapa” levantei a guarda e recolhi a cara. Pode ter dado certo na maioria das vezes, mas agora o “e se” toma conta... Eu acho que eu também já fui sub-julgado! Acho que teve gente que não acreditou em mim, e se valorou de forma muito inferior ao que eu faria.
Pior que isso, acho que acabei de dar esse vacilo: sub-julguei antecipadamente, sem direito de defesa; pulei do barco imaginando que ele faria água em breve, e agora, fico convivendo com essas dúvidas todas.
Relendo a idéia toda parece um pouco complexo. Mas não mudo nada. Porque isso é apenas uma tentativa de justificar meus erros e de entender o resto do mundo.
“I turn myself into a monster to fight against the monsters of the world.” essa é a frase que abre o refrão de Nemesis, do Earth Crisis. Cantada de forma melódica, no meio daquele tradicional “temporal” metálico que uma das mais importantes bandas vegans de todos os tempos propõem.
A frase caiu como uma luva para mim desde a primeira vez que ouvi, mas “transformar-se num monstro, para lutar contra os monstros do mundo” beira ao clichê! O mundo inteiro pulsa essa mesma revolta a tempos. “Get up! Stand up!” grita Marley, “Fuck you I won´t do what you tell me” é o Rage Against the Machine, “Revenge, I'm screaming revenge again” pro Pantera. Cada um a sua maneira, mas todo mundo querendo ver o burburinho, todo mundo tacando fogo no pavio. Não vou nem citar aqui os trabalhos da 7ª arte, mas não é errado dizer que, sem vingança, o cinema não seria nada.
Mas e porque isso agora? Porque falar de vingança nessas alturas do campeonato?
Na verdade, passei horas e horas tentando entender algumas atitudes. Atitudes minhas, atitudes de pessoas perto de mim, atitudes de terceiros que me dizem respeito. E tudo parece estar ligado, de uma forma ou outra, com um mecanismo de compensação: Sempre tem uma vingança em andamento.
Agora eu me flagro mais uma vez “tirando a cara do tapa”; já me peguei (não por uma nem duas vezes) me antecipando à certas armadilhas da vida e largando a canoa antes do naufrágio – Nesse ponto acho que o texto está com muitas metáforas.
Mas é mais ou menos isso; Nesse curso instintivo de vinganças, me condicionei a não dar segundas chances, a me antecipar, e a dar à vida o que, de ruim, me estava reservado. Falando com um pouco de pompa, de certo modo, isso parece bastante astuto, porém, o que enlouquece mesmo é o “E se”.
E se eu tiver mandado pra longe a mina da minha vida?
E se eu tivesse ficado?
E se eu tivesse escolhido diferente?
Piora um pouco quando você que acaba cruzando com pessoas que também querem se antecipar (por estarem cansadas de levar tapas da vida) e percebe que não é o único “espertão” - Só ai você percebe que só pode estar sub-julgando as outras pessoas. Isso porque você antecipou as escolhas delas antes que elas tivessem chances de escolher; ou pior que isso, você se atribuiu um valor sob ótica de outrem, e esse valor não foi o suficiente.
É isso. Eu andei antecipando o valor que algumas pessoas supostamente colocariam em mim, e antes do “tapa” levantei a guarda e recolhi a cara. Pode ter dado certo na maioria das vezes, mas agora o “e se” toma conta... Eu acho que eu também já fui sub-julgado! Acho que teve gente que não acreditou em mim, e se valorou de forma muito inferior ao que eu faria.
Pior que isso, acho que acabei de dar esse vacilo: sub-julguei antecipadamente, sem direito de defesa; pulei do barco imaginando que ele faria água em breve, e agora, fico convivendo com essas dúvidas todas.
Relendo a idéia toda parece um pouco complexo. Mas não mudo nada. Porque isso é apenas uma tentativa de justificar meus erros e de entender o resto do mundo.
domingo, 21 de junho de 2009
Uma em dez!
Querido e-terapeuta... Na verdade este é o quarto ou quinto texto que eu comecei a escrever para postar aqui. Os outros, tal qual esse aqui, tratando de assuntos muito particulares, mas esse, creio eu, sobreviverá à gestação literária.
D.M.S.
MEU AMOR É MUSICA, MAS A PAIXÃO É HARDCORE
Estou comemorando por esses dias meus 10 anos de palco. De “gosto” pela música são pelo menos 20, mas de “guerra declarada” são 10 longos anos. Cheguei a prepara um texto enorme, falando sobre o dia que eu conheci Public Enemy, sobre as dificuldades de se conseguir matériais das bandas que se lia nas revistas de rock no começo dos anos 90, sobre as camisetas de fundo de quintal e todo o resto, mas são centenas de diversos contos que, por si só, valem histórias – histórias as quais, sem maiores preensões, hei de me dedicar e registrar.
A dúvida
Estou sintetizando as idéias. Não vou descrever esses anos de forma linear, mas sim, já questionei o meu papel dentro desse universo, já pensei em “largar as bets”, já tentei entender o que é essa música. Agreguei valores, descreditei, somei, diminuí, fiz essas contas por várias vezes nos últimos 10 anos, e somente hoje, enquanto dirigia pela Avenida Paraná que eu consegui entender que o resultado disso tudo está na amizade.
Sabe qual é? Estou gravando meu 4º material de estúdio, foram 2 demos e 1 cd com o Bloodshot (fora algumas coletâneas), e agora o EP do Artilleria Pesada, é claro que isso nunca rendeu R$ 0,01, pelo contrário, sempre acaba gastando alguma coisa.
Fora isso, nos últimos anos eu tive oportunidade de ver as bandas que eu mais admiro ao vivo, pude conversar com vários “ídolos”.
Mas o que pega mesmo é as centenas de pessoas que entraram na minha vida por conta desses meios.... (TEXTO INTERROMPIDO)
D.M.S.
MEU AMOR É MUSICA, MAS A PAIXÃO É HARDCORE
Estou comemorando por esses dias meus 10 anos de palco. De “gosto” pela música são pelo menos 20, mas de “guerra declarada” são 10 longos anos. Cheguei a prepara um texto enorme, falando sobre o dia que eu conheci Public Enemy, sobre as dificuldades de se conseguir matériais das bandas que se lia nas revistas de rock no começo dos anos 90, sobre as camisetas de fundo de quintal e todo o resto, mas são centenas de diversos contos que, por si só, valem histórias – histórias as quais, sem maiores preensões, hei de me dedicar e registrar.
A dúvida
Estou sintetizando as idéias. Não vou descrever esses anos de forma linear, mas sim, já questionei o meu papel dentro desse universo, já pensei em “largar as bets”, já tentei entender o que é essa música. Agreguei valores, descreditei, somei, diminuí, fiz essas contas por várias vezes nos últimos 10 anos, e somente hoje, enquanto dirigia pela Avenida Paraná que eu consegui entender que o resultado disso tudo está na amizade.
Sabe qual é? Estou gravando meu 4º material de estúdio, foram 2 demos e 1 cd com o Bloodshot (fora algumas coletâneas), e agora o EP do Artilleria Pesada, é claro que isso nunca rendeu R$ 0,01, pelo contrário, sempre acaba gastando alguma coisa.
Fora isso, nos últimos anos eu tive oportunidade de ver as bandas que eu mais admiro ao vivo, pude conversar com vários “ídolos”.
Mas o que pega mesmo é as centenas de pessoas que entraram na minha vida por conta desses meios.... (TEXTO INTERROMPIDO)
Interrompido, mas sugestivamente postado ao sabor de Survival of the Streets - Cro-mags
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segunda-feira, 8 de junho de 2009
Enfim, fim de férias!
Temos tantas coisas para conversar (no particular), Mano eu vou ali pegar um chá!
Que fique registrado isso mesmo: Digão tirou férias! E foram férias de tudo, de jornalismo, de blog, de orkut, de msn, de pessoas, de lugares, férias até de ser Digão.
Até já voltei a rotina tens uns diazinhos, mas fiquei de cara com meu “e-desempenho”, porque acabei apagando o ultimo post sem ter salvo o texto, e pasmem a intenção era apenas colocar outra foto.
Dê role em CWB e SC sem HC!
Confesso que eu não sou acostumado com a idéia de tirar férias, isso porque no meu primeiro “emprego de carteira assinada” eu trabalhei 10 anos (isso mesmo, foram 10 anos num mesmo emprego, na mesma mesa, na mesma cadeira) e tirei (somando eventuais licenças de saúde) coisas de 30 dias de folga. Meio puxado isso né?
E, de repente eu to na praia, em Santa Catarina, em pleno inverno, fazendo nada! O bolso continua vazio, como sempre, mas é uma parada louca.
Sempre tem um iguaçuense...
Cheguei em Curitiba passando um pouco das 20h. Banho pra tirar a nhaca e “vamo ae de rolê com a galerinha”... Porra nenhuma! Puta frio da porra, fome, cansaço, “vamo colar no shopping bater uma chepa e descançar porque amanhã tem mais”.
Entrei no shopping, primeira esquina, escutei o tradicional “O Digão” virei pra ver quem constava e dou de cara com o Child! Bacana né? Mas Curitiba é assim, sempre tem muito iguaçuense.
Uns dias depois, lá no Parque do Beto Carrero, vejo um monte de lobinhos correndo pra um lado, escoteiros correndo pro outro... Na hora me veio a musiquinha do Jamboree na cabeça, “maldita lavagem cerebral” pensei comigo, mas minha missão continuava sendo a mesma: Férias! Eis que eu dobro uma esquina e quem vem lá? D.Jass Kulitch, de lencinho no pescoço e tudo. Abraço e beijinho de amiga gata é sempre bom né? Mas Santa Catarina é assim, sempre tem um iguaçuense.
Dias e dias depois, fronteira amada, cá estou! Colocando trampos e roles em dia. Tem muito mais pra eu escrever, mas posts longos são chatos, eu volto outra hora.
Mudando de assunto: SMACK MY BISHOP!
(Não confunda com aquela musiquinha eletrônica nojenta)
Como a ultima moda são bandas com THE, lá vai a super dica da década: The Freelance Bishops. Uma mistura perfeita de Jazz Funk, com certeza uma das melhores bandas que eu já ouvi, e como eu to de muito bom humor, vou quebrar o galho da geral e deixar o link pra download bem aqui. Moleza né?
Que fique registrado isso mesmo: Digão tirou férias! E foram férias de tudo, de jornalismo, de blog, de orkut, de msn, de pessoas, de lugares, férias até de ser Digão.
Até já voltei a rotina tens uns diazinhos, mas fiquei de cara com meu “e-desempenho”, porque acabei apagando o ultimo post sem ter salvo o texto, e pasmem a intenção era apenas colocar outra foto.
Dê role em CWB e SC sem HC!
Confesso que eu não sou acostumado com a idéia de tirar férias, isso porque no meu primeiro “emprego de carteira assinada” eu trabalhei 10 anos (isso mesmo, foram 10 anos num mesmo emprego, na mesma mesa, na mesma cadeira) e tirei (somando eventuais licenças de saúde) coisas de 30 dias de folga. Meio puxado isso né?
E, de repente eu to na praia, em Santa Catarina, em pleno inverno, fazendo nada! O bolso continua vazio, como sempre, mas é uma parada louca.
Sempre tem um iguaçuense...
Cheguei em Curitiba passando um pouco das 20h. Banho pra tirar a nhaca e “vamo ae de rolê com a galerinha”... Porra nenhuma! Puta frio da porra, fome, cansaço, “vamo colar no shopping bater uma chepa e descançar porque amanhã tem mais”.
Entrei no shopping, primeira esquina, escutei o tradicional “O Digão” virei pra ver quem constava e dou de cara com o Child! Bacana né? Mas Curitiba é assim, sempre tem muito iguaçuense.
Uns dias depois, lá no Parque do Beto Carrero, vejo um monte de lobinhos correndo pra um lado, escoteiros correndo pro outro... Na hora me veio a musiquinha do Jamboree na cabeça, “maldita lavagem cerebral” pensei comigo, mas minha missão continuava sendo a mesma: Férias! Eis que eu dobro uma esquina e quem vem lá? D.Jass Kulitch, de lencinho no pescoço e tudo. Abraço e beijinho de amiga gata é sempre bom né? Mas Santa Catarina é assim, sempre tem um iguaçuense.
Dias e dias depois, fronteira amada, cá estou! Colocando trampos e roles em dia. Tem muito mais pra eu escrever, mas posts longos são chatos, eu volto outra hora.
Mudando de assunto: SMACK MY BISHOP!
(Não confunda com aquela musiquinha eletrônica nojenta)
Como a ultima moda são bandas com THE, lá vai a super dica da década: The Freelance Bishops. Uma mistura perfeita de Jazz Funk, com certeza uma das melhores bandas que eu já ouvi, e como eu to de muito bom humor, vou quebrar o galho da geral e deixar o link pra download bem aqui. Moleza né?
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sábado, 23 de maio de 2009
O INFILTRADO.
São quase 9 da noite - horário de Assunção. As ruas em volta do Executive Hotel já se transformaram em um grande estacionamento. Movimento incomum para uma noite de quinta feira. Entre caminhonetes de luxo e carros esportivos caros, figuram também automóveis que desafiam as leis da física e de trânsito (onde quer que você esteja).
O hotel é mais um pequeno 3 estrelas no centro comercial de Ciudad del Este. Na calçada em frente já se acumulam dezenas de pessoas, de jovens com pouco mais de 20 anos até pessoas mais velhas, todas muito bem vestidas, parece até uma entrada de festa.
Durante o dia, a fachada e os 3 andares do Executive passam facilmente desapercebidas graças ao movimento da cidade quem faz parte da fronteira mais famosa do Brasil. Mas quem está familiarizado com as ruas ali estranha o movimento.
AGEL E O MULTINIVEL NO TERCEIRO MUNDO
A agitação toda tem nome e sobrenome: Agel e o Mercado Multinível. As mais de duzentas pessoas que se amontoam na sala de reuniões do segundo andar esperam por Palo Rubin e Javier Canillas - ambos vindos da capital Assunção.
Palo Rubin é um jovem empresário que ganhou fama e dinheiro como apresentador de televisão. Nos anos 90 “El Conejo” (uma mistura de Faustão com Luciano Huck) chegou a ser um dos mais importantes dentro do Paraguai, hoje, entre outros investimentos é proprietário de uma rádio. Javier Canillas se apresenta como Engenheiro. Inicialmente contém o entusiasmo, fala muito pouco e se mostra muito menos intimo de platéias que Rubin.
Palo Rubin sem dúvidas é uma figura carismática, o comportamento e a aparência negam à toda prova os seus 40 anos, e é ele quem conduz o espetáculo.
A apresentação dos produtos da Agel, a tecnologia de nutrientes em solução gelatinosa, a nanotecnologia, os sabores, os medicamentos, tudo é falado a toque de caixa, simplesmente para justificar o negócio. À primeira impressão, o produto em si não interessa.
“O que realmente interessa é que você entenda o negócio.” Rubin e Canillas são enfáticos nesse ponto.
“Eu entrei nessa sem saber o que era Multinível, e hoje faço 4, 6 palestras por dia, e garanto que é simples” revela o Engenheiro, que afirma ganhar mais de U$ 10 mil por mês com a sua rede contatos.
A proposta da Agel é um investimento inicial de U$ 300, o chamado “pacote executivo”. Através deste pacote, formado por diversos produtos, o “novo sócio” é convidado a conhecer os pormenores da “indústria do bem estar”, formado por emagrecedores, cosméticos, suplementos alimentares e vitaminas, tudo disperso em gel, fruto da mais alta tecnologia, mas fica determinado a incluir 4 novos membros em sua rede de negócios, “recuperando seu investimento inicial e revertendo em lucros.” conclui Rubin.
Diferente de outras propostas de Multinível, onde as pessoas são incluídas como representantes comerciais, na Agel, cada membro é convidado a fazer parte da “cadeia alimentar”, onde os membros mais antigos obtêm lucro pela compra de seus indicados e pelo crescimento da sua rede de negócios.
Não é difícil comparar a proposta da Agel com o esquema de “pirâmides”, aquele tipo de golpe que ficou famoso há poucos anos atrás no Brasil. Talvez a única diferença seja que a Agel baseia seu modelo de negócios em um produto. As pessoas que entram para a suposta “pirâmide” já estão recebendo uma cota de produtos com valor equivalente ao investimento inicial, descaracterizando o estelionato.
Para os paraguaios, as cifras prometidas saltam aos olhos. São U$ 1.100 mensais, a partir da inclusão de apenas 4 membros na sua rede, e esses valores e membros crescem em escala geométrica. “Mais de 50 pessoas no mundo já sabem que é possível ganhar mais de U$ 100 mil mensais com esse tipo de negócio” Intervém Canillas.
A reunião termina quase eufórica. Varias pessoas planejam entre sim a configuração de novas redes de negócio.
Agel no Brasil
Ainda em fevereiro de 2007 a Agel Enterprise encontrou resistências para entrar no Brasil, isso porque alguns de seus produtos contém Hoodia Gordonii, um extrato vegetal, originário da África utilizado popularmente como inibidor de fome e sede, mas que não possui registro na Anvisa.
Atualmente, com as constantes notícias de que a Agel está regularizando seus produtos junto ao Governo Federal, já existe até lista de espera, com reserva de vagas em algumas “pirâmides” pelo valor de U$ 35.
Basta agora saber como a Policia e a Receita Federal vão interpretar o esquema Multinível da gigante multinacional que já atua em 58 paises, e como ficarão as diferenças de valores de importação dos produtos Agel entre o Brasil e o Paraguai.
O hotel é mais um pequeno 3 estrelas no centro comercial de Ciudad del Este. Na calçada em frente já se acumulam dezenas de pessoas, de jovens com pouco mais de 20 anos até pessoas mais velhas, todas muito bem vestidas, parece até uma entrada de festa.
Durante o dia, a fachada e os 3 andares do Executive passam facilmente desapercebidas graças ao movimento da cidade quem faz parte da fronteira mais famosa do Brasil. Mas quem está familiarizado com as ruas ali estranha o movimento.
AGEL E O MULTINIVEL NO TERCEIRO MUNDO
A agitação toda tem nome e sobrenome: Agel e o Mercado Multinível. As mais de duzentas pessoas que se amontoam na sala de reuniões do segundo andar esperam por Palo Rubin e Javier Canillas - ambos vindos da capital Assunção.
Palo Rubin é um jovem empresário que ganhou fama e dinheiro como apresentador de televisão. Nos anos 90 “El Conejo” (uma mistura de Faustão com Luciano Huck) chegou a ser um dos mais importantes dentro do Paraguai, hoje, entre outros investimentos é proprietário de uma rádio. Javier Canillas se apresenta como Engenheiro. Inicialmente contém o entusiasmo, fala muito pouco e se mostra muito menos intimo de platéias que Rubin.
Palo Rubin sem dúvidas é uma figura carismática, o comportamento e a aparência negam à toda prova os seus 40 anos, e é ele quem conduz o espetáculo.
A apresentação dos produtos da Agel, a tecnologia de nutrientes em solução gelatinosa, a nanotecnologia, os sabores, os medicamentos, tudo é falado a toque de caixa, simplesmente para justificar o negócio. À primeira impressão, o produto em si não interessa.
“O que realmente interessa é que você entenda o negócio.” Rubin e Canillas são enfáticos nesse ponto.
“Eu entrei nessa sem saber o que era Multinível, e hoje faço 4, 6 palestras por dia, e garanto que é simples” revela o Engenheiro, que afirma ganhar mais de U$ 10 mil por mês com a sua rede contatos.
A proposta da Agel é um investimento inicial de U$ 300, o chamado “pacote executivo”. Através deste pacote, formado por diversos produtos, o “novo sócio” é convidado a conhecer os pormenores da “indústria do bem estar”, formado por emagrecedores, cosméticos, suplementos alimentares e vitaminas, tudo disperso em gel, fruto da mais alta tecnologia, mas fica determinado a incluir 4 novos membros em sua rede de negócios, “recuperando seu investimento inicial e revertendo em lucros.” conclui Rubin.
Diferente de outras propostas de Multinível, onde as pessoas são incluídas como representantes comerciais, na Agel, cada membro é convidado a fazer parte da “cadeia alimentar”, onde os membros mais antigos obtêm lucro pela compra de seus indicados e pelo crescimento da sua rede de negócios.
Não é difícil comparar a proposta da Agel com o esquema de “pirâmides”, aquele tipo de golpe que ficou famoso há poucos anos atrás no Brasil. Talvez a única diferença seja que a Agel baseia seu modelo de negócios em um produto. As pessoas que entram para a suposta “pirâmide” já estão recebendo uma cota de produtos com valor equivalente ao investimento inicial, descaracterizando o estelionato.
Para os paraguaios, as cifras prometidas saltam aos olhos. São U$ 1.100 mensais, a partir da inclusão de apenas 4 membros na sua rede, e esses valores e membros crescem em escala geométrica. “Mais de 50 pessoas no mundo já sabem que é possível ganhar mais de U$ 100 mil mensais com esse tipo de negócio” Intervém Canillas.
A reunião termina quase eufórica. Varias pessoas planejam entre sim a configuração de novas redes de negócio.
Agel no Brasil
Ainda em fevereiro de 2007 a Agel Enterprise encontrou resistências para entrar no Brasil, isso porque alguns de seus produtos contém Hoodia Gordonii, um extrato vegetal, originário da África utilizado popularmente como inibidor de fome e sede, mas que não possui registro na Anvisa.
Atualmente, com as constantes notícias de que a Agel está regularizando seus produtos junto ao Governo Federal, já existe até lista de espera, com reserva de vagas em algumas “pirâmides” pelo valor de U$ 35.
Basta agora saber como a Policia e a Receita Federal vão interpretar o esquema Multinível da gigante multinacional que já atua em 58 paises, e como ficarão as diferenças de valores de importação dos produtos Agel entre o Brasil e o Paraguai.
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quarta-feira, 20 de maio de 2009
Tudo o que eu mais quero
Eu sei que eu sou Charles Mason
Incitando um mundo que nunca muda
Provocando o fogo
E bebendo pouca água
Não, eu não sou marxistas
Não sou comunista
Não sou anarquista
E não gostaria de ser
Eu sei que eu sou Stroessner
Trabalhando noite adentro
Planejando mais um golpe
Entre a fumaça e o escarro
Não, eu não sou punk
Não sou um hippie nojento
Não sou um workaholic
Mas também não tenho tempo
Eu sei que eu sou Fleury
Arrancando meias palavras
Entre um soco e um palavrão
Enterrando seus planos
Não, eu não sou nazista
Não sou um porco direitista
Não sou tolo esquerdista
Nem tenho pinta de neo-liberalista
Eu sei que eu sou um monstro
Eu sei que eu sou ruim
Eu sei que eu não presto
Mas você é bem pior!
É, você é bem pior!
Incitando um mundo que nunca muda
Provocando o fogo
E bebendo pouca água
Não, eu não sou marxistas
Não sou comunista
Não sou anarquista
E não gostaria de ser
Eu sei que eu sou Stroessner
Trabalhando noite adentro
Planejando mais um golpe
Entre a fumaça e o escarro
Não, eu não sou punk
Não sou um hippie nojento
Não sou um workaholic
Mas também não tenho tempo
Eu sei que eu sou Fleury
Arrancando meias palavras
Entre um soco e um palavrão
Enterrando seus planos
Não, eu não sou nazista
Não sou um porco direitista
Não sou tolo esquerdista
Nem tenho pinta de neo-liberalista
Eu sei que eu sou um monstro
Eu sei que eu sou ruim
Eu sei que eu não presto
Mas você é bem pior!
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