(por mais que eu me disperse)
Pensei em escrever um post assumindo a minha participação na morte da Izabela Nardoni, mas brochei de véspera, ia ser difícil dormir com tanto barulho e eu não ando afim de holofotes. Na verdade, ando apagando as luzes pra tentar dormir... e POR SORTE, antes que eu pudesse concluir esse raciocínio somos atingidos por um terremoto.
Ninguém em sã consciência questiona a DIGNIDADE de um terremoto. Ninguém deu risada da cara das pessoas que saíram dos prédios com medo de desmoronamento. Ninguém criticou as pessoas que abarrotaram as centrais telefônicas de emergência pra falar da terra que tremia.
E por algumas horas nós pudemos ver o canal de notícias falando de outra coisa, sem sangue, sem monstro e sem cara. Na verdade, cheguei a pegar impulso no suposto “fim do mundo” pra ver a lua sem a moldura da minha janela
O dólar caiu. O petróleo subiu. Os bancos europeus estão quase à banca rota. As bolsas de valores estão apreensivas. “Mas eu acho que a culpa é do pai da menina - e parabéns ao tio dela que fez um vídeo - e pobre da mãe, que foi ao show do padre Marcelo – e eu sigo mudando de canal até o Cartoon Network ou o Discovery Kids.
Parece um ritual - eu fugindo, canal após canal. Nem mesmo o avião da Ocean Air que fez um pouso forçado, mandando passageiros para o hospital, foi motivo de notícia boa.
Confesso que tive vontade de gritar: “Eu matei essa menina, agora me deixa ver a corrida da Danica Patrick! Por favor, calem a boca, quero ver o Botafogo!” Até topo ver um jornalzinho, coisa que não tenho por habito mas, por favor, não me joguem mais o sangue dessa menina na minha cara.
Por sorte, o terremoto trouxe um pouco de calma.
3 comentários:
era o que eu ia dizer; terremoto também tem sua calmaria.
Boto fé Digão.
Acho que ficaram muito em cima desse assunto... Não dava mais pra aguentar.
Ow, vc poderia começar este post começando ele, ehheheheh
Mas é isso aí, tbém naum aguento mais tanto sangue da menina jorrando da televisão. Parece que nada mais interessa as redações das emissoras e programas de auditórios e afins.
Vô
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