segunda-feira, 14 de abril de 2008

Diário Estelar, Abril de 2008 – Em algum lugar da galáxia!




Ao vivo do lado de cá de todas as pontes.

Intróito

Eu poderia começar esse post de forma infame, falando algo do tipo “estou de volta depois de x tempos”, mas a boa da verdade é que eu não voltei, nem fui, e também nem sei qual foi!

Tinha dado um tempo com essa “caqueirinha”®, mas resolvi dar mais uma chance ao pseudo-jornalismo-colunista-virtual. Não que alguma coisa tenha abalado minha fé no ceticismo, pelo contrário, volto pela necessidade de escrever sem ter a certeza de ser lido, porque escrever pra todo mundo ler é quase tão fácil quanto escrever pra por na gaveta, agora, escrever ao acaso é diferente: selecione suas idéias, torne-as sedutoras e esconda-as em uma vitrine!

Post número zero um.






Bienvenido a la frontera!

O princípio da reciprocidade e o fim da diplomacia!

Todo mundo sabe que um Embaixador é um excepcional profissional na arte do “deixa-disso”. Quando as relações entre dois paises são abaladas os primeiros a meterem a colher são os “senhores embaixadores” e a idéia é sempre a mesma: “deixa disso”!
Por mais medíocres que sejam os povos, por mais idiotas que sejam as causas, lá estão os embaixadores; com toda a sua diplomacia, abafando as rinhas, apartando e desembaraçando os “causos”.
Não se iluda ao pensar que não é tão simplório assim. Se um estrangeiro quer algo em terras brasileiras e não consegue, deixe-o procurar sua embaixada e veja o jeitinho “deixa-disso” em ação. É fruto da boa vontade - pega um telefone, avisa daqui, pressiona dali, e cá está seu direito cidadão!
Funciona de forma parecida para brasileiros no exterior. Ninguém elege um embaixador, ninguém faz idéia de como eles são inventados, e com certeza eles raramente figurariam nas páginas da Veja ou da Caras, mas ninguém questiona o poder da ligação da secretária do assessor da Embaixada Brasileira em Abu Dhai, por exemplo.
E tudo isso porque?, Eu é que lhes pergunto: E porque não?

Alguém pode me responder onde estava nosso Embaixador em Madri, o Senhor José Viegas Filho (foto), que não deu aquela meia dúzia de telefonemas pra facilitar a vida dos brasileiros que foram barrados na Espanha?

E agora a tal da reciprocidade, que (salvo grave falha pedagógica do meu professor de IED nos idos de 1999) nada mais é do que a lei de talião (Lex Talionis). Hoje eu poderia arriscar enunciar o principio da seguinte forma “Olho por olho, dente por dente, visto por visto”. Se não nos franqueiam um passeio por Madri nada de banhos em Copacabana. Se não vos permitem Budweisers com salame na feirinha, nada de compras no Muffatão para os portenhos. E assim está, como se certo fosse, sem ninguém ter um motivo concreto para tal desfeita.
Sinto-me no direito de reclamar pelo seguinte: Adoro maldizer os argentinos que atrapalham o trânsito em Foz, da mesma forma que adoro torrar meu portunhol com as garçonetes de Puerto Iguazu. Brincadeira, não que não seja em todo verdade, mas voltando ao assunto.
Opa! Alguém pisou na bola, alguém marcou gol contra, alguém não fez o dever de casa! Na declaração universal dos direitos humanos, e na Constituição Federal, o direito de ir e vir está expresso, mas as pessoas preferem dificultar o simples cruzar de uma ponte, o simples desembarcar em um aeroporto, em nome de uma pseudo-segurança xenófoba, e nós, em nossa ignorância, batemos palma porque também temos a capacidade de fechar nossas portas em ato recíproco.

Apenas pense a respeito!

Pérolas de "campanha":
"Trata-se de uma aliança estratégica que tem carne e osso e que não está apenas no papel”
Do Embaixador Brasileiro na Espanha a respeito das relações entre os dois países publicado em um site de Brasília em outubro do ano passado.

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